Poesia das Coisas
Sinto e escrevo a poesia das coisas.
A toalha ganhei do meu afilhado
O terço feito de barro quem me deu foi a Esperança.
Meus calçados revirados me chamam a caminhar.
O fone de ouvido clama por Vander Lee.
O caderno de cifras me recorda tantos cantos que já vi(vi).
A vela de rosinhas fala que sou noviça.
A pulseira de miçangas verdes e pretas
me transportam a mansidão dos Guajajaras.
A fotografia da menina de nove anos é samba de roda
nas minhas lembranças felizes.
O violão faz memória de Grilo, agora musicista dos céus.
O terço de Aparecida me recorda as duras lutas do povo paraense.
A boneca com vestido de bolinha me coloca a caminho do Alto Vermelho,
lá Aline resiste sempre!
O recipiente com água é remédio para a matéria.
Meu quarto respinga!
C(antigas).
memórias.
histórias.
vitórias.
poemas.