MEUS MOTIVOS
Ali ao canto, recém caído
pés dormentes da caminhada árdua de dias seguidos
Um sol para todos e a lua de brinde aos vitoriosos
Secando as lágrimas eu tive um leve lampejo
e se eu pegasse papel e caneta e neste escrevesse alguma estória
De um alguém que nunca jamais pedira para nascer
que veio pobre e assim permaneceu durante longos dias e frias tensas noites
Sob o olhar autoritário de um ancião que carrega as mãos um chicote e cajado
Lembra-se de preparar a salmoura para sarar e aliviar as feridas
Por que aquele ancião é como o tempo, ferrenho e audaz
Trouxe consigo uma jovem que se diz irmã, ás vezes boas e em outras má
sente um alivio ao saber que á senhora do ancião acabara de chegar
Veio das terras frias sem pouca tristeza e algumas bolsas
me trouxe alento, teto, comida
Levou a discórdia, guerra e falsas convicções
Sobrou algo que eu deveria chamar família
Mas tampouco acredito nesses ditos e blocos sociais prontos.
Família para mim é todo aquele, gente, animal, planta que se achegue a mim sem querer me causar mau
Agora sou eu que limpo as lágrimas dessa senhora, o ancião a fez chorar.
Ele entregou seu corpo a uma jovem que o fez recharçar-se de tudo que havia vivido até ali.
Os dias trouxeram nuvens, carências, miséria, fome e desunião
Porém eu e a senhora ficamos firmes a olhar para o céu, estamos esperando o dono da chuva
Que ele traga boas e pesadas gotas de esperanças e paz universal.
12012019............................