VENTO NA VIDRAÇA
VENTO NA VIDRAÇA
As ruas desta cidade,
Terminam neste apartamento;
Onde a presença da saudade,
É marcada pelo tempo.
Vem à noite, vai o dia,
Na promessa de algum sonho;
Caminho na letargia,
Deste meu futuro estranho.
Nas noites que durmo só,
Sinto a flor da tempestade;
Em meu corpo sinto o pó,
O nó denso da ansiedade
É tão longa esta espera,
Desejos sem solução;
Com postais de primaveras
Perto desta solidão.
E a minha noite não passa,
Sinto a chuva, sinto o vento;
Batendo nestas vidraças,
Deste meu apartamento.
*J.L.BORGES