Papeleiros!
Esses papeleiros com seus carrinhos
Nas ruas, subindo ou descendo ladeiras,
Olhos atentos para as cestas de lixo
Nas calçadas e em frente as lojas,
Ou em lugares onde possa ter papelão,
Papel ou algum lixo aproveitável,
Recolhem o que podem de forma incansável.
Andam sem parar, parece que não cansam.
Não param pra comer ou beber algo,
Quase sempre o companheiro é um guaipeca,
Ou mesmo uma ou mais crianças, os filhos.
Afinal, a solidariedade e a fidelidade deles
São as marcas da luta desses papeleiros
Obstinada e celebrada pela perseverança diária.
Seu olhar firme, paciente e determinado
Às vezes dá lugar à fragilidade emocional
Quando uma marmita lhes é alcançada,
Afinal, alguém lembrou que eles existem.
Nesse momento de surpresa e emoção
O olhar ao alto acompanhado de um suspiro
Externa através do silêncio a gratidão.
Esse trabalho e sua importância social,
Quase sempre ignorados pelas pessoas,
Deveria valer sempre uma marmita a mais,
E sempre lembrarmos que um papeleiro
Certamente está trabalhando com fome,
Esperando encher seu carrinho no final do dia
E preparar nova batalha no dia seguinte.