Movimento
Na praça do centro tem uma sibipiruna,
Árvore grande e frondosa uma benção,
Sentei ali, debaixo de sua copa acolhedora,
Uma leve brisa soprava trazendo os cheiros,
Enquanto a rua toda se movimentava.
Não é sempre que faço isso, mas eu agradeci,
Por aqueles momentos de contemplação,
Esqueci o celular que esqueceu sua loucura,
Ficou quieto como se também observasse a rua,
Como se as ondas eletromagnéticas curtissem a sombra.
Gente indo e vindo com toda roupa, pouca e cor,
É admirável o nosso povo miscigenado, colorido,
E ainda tem alguns que não pensam direito,
Talvez se achando a cereja do bolo, diferentes,
Até mesmo mais especiais do que os outros humanos,
As rolinhas já começavam a chegar em revoada,
E a sibipiruna com uma força sobrenatural, segurando,
Com seus braços abertos e coloridos, uns pingos amarelos,
Perfumando o ar e se misturando aos cheiros de tudo,
Pensei que aquilo se repete todos os dias, se renovando.
Fiquei ainda um pouco ali, observando o conjunto,
Sibipiruna, rolinha, gente de toda cor, amuadas, sorrindo,
Uma riqueza pouco observada por todos nós,
Afogados nos nossos afazeres de ganhar dinheiro,
Uma riqueza que vale mais do que tudo que há.