Fantasias e Exatidões

Sacudiu-me numa brevidade eterna

um bater de asas de pássaro em ascensão.

Tomou-me o corpo um frêmito de voo

como a rapina na busca permanente

de se antecipar a vítima.

Longe da evidência do ancoradouro

a queda seria a salvação do verso

no exilado sopro entre o abismo

e a hesitação da métrica.

Sem amarrações concebidas

o alado barco levantaria no espaço

a fria vertigem do pouso.

Que prelúdio do azul

me levaria a tal imaginação?

A fragmentação habitual da alegoria

ou o contraponto abstrato das horas?

ubirajara almeida
Enviado por ubirajara almeida em 18/11/2018
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