SEM MOTIVO

SEM MOTIVO

Às vezes eu me pego

pintando flores,

escrevendo versos.

Criando apego

com o que é banal

só porque é meu.

Porque está lá ao meu lado

e passa como que pedindo

eu te faço um chamego.

Às vezes eu me pego

atônita sem razão

como presa por pregos.

Paralisada sem força

ou seria sem um porque.

Às vezes eu me pego.

escrevendo bobagens

só para não perder tempo.

Que com razão pode ser produtivo

Mas sem vontade

pode não ter sentido.

Eu só não mato borboletas

nem as guardo em gavetas

Já guardei,

hoje não guardo mais.

Já acordei em sobressalto

de um sonho no sufoco

Não faço mais isso,

não escondo borboletas nem

guardo-as em gavetas.

Lisboa ,06 de agosto 2017

Maria Tecina

Maria Tecina
Enviado por Maria Tecina em 07/11/2018
Reeditado em 17/11/2018
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