SEM MOTIVO
SEM MOTIVO
Às vezes eu me pego
pintando flores,
escrevendo versos.
Criando apego
com o que é banal
só porque é meu.
Porque está lá ao meu lado
e passa como que pedindo
eu te faço um chamego.
Às vezes eu me pego
atônita sem razão
como presa por pregos.
Paralisada sem força
ou seria sem um porque.
Às vezes eu me pego.
escrevendo bobagens
só para não perder tempo.
Que com razão pode ser produtivo
Mas sem vontade
pode não ter sentido.
Eu só não mato borboletas
nem as guardo em gavetas
Já guardei,
hoje não guardo mais.
Já acordei em sobressalto
de um sonho no sufoco
Não faço mais isso,
não escondo borboletas nem
guardo-as em gavetas.
Lisboa ,06 de agosto 2017
Maria Tecina