POVO TRABALHADOR
Fazia tempo que o povo não se assustava
Lá pras bandas do sertão
Por conta do bando que comandava
Virgulino o capitão
Seu tom autoritário
Na bala a força empunhava
O sertanejo não gostava
Dos modos desse otário
Que se passando por manso
Mentindo por todo canto
Era um tremendo estelionatário
Enganava o povo
Nas redes sociais
Se precisasse de novo
Com outras mentiras infernais
A casa grande resulcitou
A senzala estava aberta
Uma Coisa era certa
A tortura voltou
No lombo do cambaleante
Povo sofrido brasileiro
Que por nenhum estante
Vantagem dessa história levou
Depois da sua chegada
A canetada primeira
O AI5 resulcitou
A Polícia virou milícia
E a chacina começou
A imprensa foi censurada
As universidades fechadas
O caos se instalou
Rasgaram a nossa constituição
Em nome do combate sujo
Todo mundo era ladrão
E o nosso sertão
Esse mesmo dito cujo
Resulcitou a escravidão
Deixando o que era luz
Transformando sangue em pus
Numa total escuridão
Tornando insuportável
A vida nessa nossa nação
A fome e a pobresa rondava
O desemprego chegava
O FMI voltava
Pra casa do sertanejo
Que só na luta pensava
Tirar o capitão do mato
Esse era seu desejo
Uma verdade e fato
O povo triste de lundum
Sonhava com a volta do homem
Que lutava pelos pobres
Que já estavam passando fome
Por conta desse tremendo um sete um
A casa grande reinou
O lombo do pobre levou
Chibata e sofrimento
Prós ricos só alegria
Prós escravos tormentos
Isso era noite e dia
Foram épocas de agonia
Em nome da democracia
O autoritarismo reinou
Na mais pura covardia
O povo brasileiro chorou
Pensando na liberdade
Que há muito tempo os deixou
Depois que a ditadura
Por essas bandas se implantou
Trazendo enfermidade
A civilização e a cultura
Do povo trabalhador.
POVO TRABALHADOR
FRED COELHO 2018/OUTUBRO