ÁGUAS

As águas correm livres...

Passeiam sem medo em artérias rústicas que se ampliam nas entranhas ou em picos moldados sobre as pedras, formando lindas cachoeiras prateadas em forma de cordas ou lençóis soltos, pendurados nas alturas dos desafios.

São seivas ricas, verdadeiro colírio, canais do poder e da saúde, véus finos, cobertores transparentes, que são capazes de adornar qualquer natureza, qualquer espécie; embelezar pessoas, pedras, árvores, pássaros, animais, ou anjos inocentes.

As águas correm livres...

Num dançar que o professor foi Deus; enveredam-se em qualquer lugar, sem distinção, sem se preocupar,

Banham o que ali estiver,

Sem medo, sem escrúpulo,

Deixam tudo limpo, brilhando e bonito...

A nódoa que todos nós deveríamos deixar.

As águas correm livres...

Ao contemplá-las penso que sou eu,

Passeando em teu corpo meu amor

Te escaldando com carinhos delirantes,

Te amando com a força da paixão.

Penso em ti, ó linda amada...

Penso em te banhar com a pureza dos meus beijos

E te enxugar com minha pele, meu tocar.

Comparo tu ó linda amada,

Com estas águas que nos picos se desnudam,

Me vejo água deslizando em teu corpo,

Me vejo livre pra te banhar e te amar.

José Maria
Enviado por José Maria em 23/10/2018
Código do texto: T6483661
Classificação de conteúdo: seguro