Teias
Ainda é cedo e dorme a cidade
No sono frenético de seu abandono
Despertos, só os pássaros, só os cães.
Não dormiram as árvores nem os padres,
Em suas ladainhas monótonas e cansadas.
Nos quartéis não dormiram os generais.
Muitos estômagos ainda não dormiram,
Rangem e uivam vazios.
Nas comunidades não dormem os jovens
Nem as crianças dormem ao som do funk.
Por vezes, não durmo, engulo a noite,
Pois dói em mim a desesperança.
B a t