LABUTA SERTANEJA
O meu sertão de certo ensina tudo,
O pobre também pode ser feliz.
Ainda jovem, menino, aprendiz,
Estava eu no roçado trabalhando.
A enxada no chão ia riscando,
Desenhando o local da plantação.
Os calos que ficavam em minha mão,
Tatuava em meu corpo aquela lida.
Aprendi quase tudo desta vida,
Na labuta utópica do sertão.
O meu sertão de certo ensina tudo,
A fazer prece, promessa e oração.
Sendo devoto de Maria e de São João,
O sertanejo do bem é rico em fé.
No mês de março apela a São José,
Pede chuva pra molhar a plantação.
Se atendido ouve o canto do trovão
Anunciando a bonança merecida.
E o cristão assim segue sua vida,
Na labuta utópica do sertão.
OBS: Poema publicado no livro "PARA TODOS O AMOR", 2018.