ALMAS ERRANTES DE BAIRROS ILHADOS
A cidade louca está
Não duvides, ela está
Dividida como rio e mar
De tristeza a chorar
Tantas gentes diferentes
Nas calçadas beijam o ar
Vento vai passando forte
Brisa volta a cantar
A canção da morta viva
Da divisa lá do altar
O que que houve co’a cidade?
Tão pesada ela está...
Canta, canta minha gente
Que a tristeza vai passar?
Quantos tantos já cantaram
E já cansaram de esperar
Cidade, cidade, volte a despertar
Olhe à volta, sem se desesperar, a sua gente
Fazem parte da cidade
São bairros isolados, diferentes
No fim se tornaram ilhas perdidas que flutuam
Fantasmas disformes, inseguros, vagando no mundo espiritual
Visíveis, inteligíveis e discerníveis somente daqueles
Que da carne e da separação
do bem e do mal se tornaram livres