Como anda a vida?
A minha, bastante engessada.
Por vezes, deveras derruída.
Andando com perna esgarçada,
Feito bêbado procurando saída.
Descalço numa estrada de terra,
Tentando fugir de ardis e rasteira.
Devagar como Fusca na serra,
E Kombi velha subindo ladeira.
Almejando coragem pra tudo,
Evitando ser um mero frouxo,
Às vezes, com passo de coxo,
Através desse extenso mundo.
Esquecido. Xerife aposentado,
De pequena cidade do interior,
Que passa o tempo sentado,
Reclamando da artrose e dor.
Mesmo com toda esta idade,
O tiro ainda sai pela culatra.
Restando amargas verdades,
E visitas constantes ao geriatra.