SOMBRA DE MIM MESMO
Sou uma sombra entre sombras
Que se desenham na minha rua,
Nos passeios de pedra alinhada,
De episódios de tanta trapalhada.
Sou uma sombra de mim mesmo,
Desenho surrealista, qual zombie
Que caminha cambaleante, entre
Arvoredo verde de tempo quente.
Sombra que se estende na planície
Do meu viver, brilha ao entardecer,
Até mais tarde sua luz enfraquecer,
Dor que suporto de dura apendicite.
Sou uma sombra que se eterniza
Na minha vida pra todo o sempre,
Castigo que me foi assim imposto,
E me deixou doente e mal disposto.
Vou desfazer-me desta má sombra,
Quero viver à luz do sol brilhante,
Como um valioso e caro diamante,
Como a força e peso dum elefante.
Ruy Serrano - 21.08.2018