O MENDIGO E O PEDAÇO DE FRANGO

Quando existia risos e desfile de Ferraris na movimentada Rua

Enquanto cães e gatos perdigueiros em uma noite Fria

Jogado nos cantos garrafas de vodca e vinhos à Dias

Uns roubavam outros não sabiam que seriam as Vítimas

Homens e mulheres no andar ferrenho da cidade em sua Sina

Muitos por uma noite de sexo contavam até pra anjos Mentiras.

Nos restaurantes franceses de flashes e pratos de muito Luxo

Umas crianças com educação adestradas e carinhas de Mocho

Muitas pessoas ruminam o bom espaguete ao céu do Molho

São gentes ricas herdeiros do capitalismo e da coroa de Louros

Um velho mendigo na sarjeta come o ruído dos Ossos

Ele nunca foi amado, tem feridas e uma cara desgastada de Velhos.

Na rua de pecados dos homens que enchem as barrigas em Fartura

Mulheres belas sem calcinha preparadas para depois suas Luxúrias

No Brasil donde milhares de pessoas merendam de manhã Agruras

Os velhos podres de ricos escondem suas vergonhas com Perucas

Um mendigo cata restos de pizza e ruidas azeitonas na sua Penúria

Falta pra classe dona do mundo além de dólares boas Ferraduras.

O velho mendigo se entrega nos seus sonhos simplório um Choro

Queria ele ao menos comer os restos do frango cozido o bom Couro

Mas para desvalido da sociedade o que resta na vida é sal e Mosto

Pobre mendigo brasileiro, pobre mendigo europeu alguns Doutos

Não há salvação não existe mais amigos só sobrou fiéis Cachorros

Sem comida na lata de lixo e entre gemidos nas mansões do Dinheiro.

Passam na rua os patrões velhos e os jovens que se aventuram na Política

Tem eles belas senhoritas e matriarcas de educação e muita beleza Altiva

O pobre mendigo não é beijado e nem é lembrado a sua Cidadania

São os que discursam com falsa modesta atrás dos lixos Maltrapilhas

Mas no escuro da rua está o mendigo com uma quentinha doada de Galinha

Quando ainda vai haver tantos Lázaros bíblicos na transitória lembrança Patriótica!?

O mendigo já viu na jogada muitos mafiosos de negras Cartolas

Ele nunca esqueceu a surra que levou dos pit boys essa é sua horrenda das Memórias

Falta comida, falta água, falta um olhar de caridade, mas no corpo muitas Sarnas

Eu sou um mendigo pobre e ferido, eu sou da mais baixa das Castas

Só um prato de comida pelo amor de Deuses e minha maldição será Farta

Onde nessa rua de Ferraris velozes e damas de seios cores Parvas.

Estou com fome diz o rico e vai o homem, ou a mulher na geladeira e reclama do que tem, pobre do Brasil

Os cachorros uivam na acalante das trevas de bandidos de frontes cicatrizadas, são Malditos

Na rua de riqueza não entendem a nossa pobreza os ingênuos Ricos?

Somos terráqueos, mas muito mais uma alcatéia de Cínicos

Uma prata caiu do bolso da socialite e isso foi o início de gastos Míticos

Mas, mesmo assim todos os brasileiros continuam como Lázaro, Lisos.

É o fim... Mas, muitos se perderam no shopping...