CHUVA NO SERTÃO
A pequena formiga saúva
Faz sua trincheira no chão
Sinal dos galopes de chuva
Que vai cair no sertão
O caburé piou na madrugada
O caboclo ouviu e foi rezar
A lagoa sorriu apaixonada
Quando trevas cobriram o luar
Descem as pepitas de água
No córrego do vale deserto
Adeus tristeza, adeus mágoa...
A beleza está tão perto
Está vendo aquele descampado?
Vai ter um verde, uma sina
E o Rio guaribas, tão coitado
Transbordará de água cristalina
E aquele sofrido caipira
Seus olhos terão novo brilho
Logo chegarão; o sabiá, a pipira...
Mais tarde, as espigas de milho