CHUVA NO SERTÃO

A pequena formiga saúva

Faz sua trincheira no chão

Sinal dos galopes de chuva

Que vai cair no sertão

O caburé piou na madrugada

O caboclo ouviu e foi rezar

A lagoa sorriu apaixonada

Quando trevas cobriram o luar

Descem as pepitas de água

No córrego do vale deserto

Adeus tristeza, adeus mágoa...

A beleza está tão perto

Está vendo aquele descampado?

Vai ter um verde, uma sina

E o Rio guaribas, tão coitado

Transbordará de água cristalina

E aquele sofrido caipira

Seus olhos terão novo brilho

Logo chegarão; o sabiá, a pipira...

Mais tarde, as espigas de milho

Getúlio Brito
Enviado por Getúlio Brito em 19/08/2018
Reeditado em 04/11/2022
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