SOLIDÃO

E’ uma manhã sem vento e sem assovio

Um deserto sem oásis e sem pradaria

Uma embarcação sem mar e sem rio

Uma noitada sem lua e sem ventania

È uma gema sem peso e sem brilho

Um beijo sem desejo e sem carmim

Um curral sem berro e sem novilho

Um meio sem princípio e sem fim

È um cavalo sem galope e sem ferradura

Uma canção sem letra e sem melodia

Um sertão sem arvoredo e sem fartura

Um arraial sem festa e sem romaria

É uma tristeza sem lágrimas e sem mágoas

Uma vereda sem caatinga e sem cavaleiro

Um riacho sem pedras e sem águas

Uma rosa sem pétalas e sem cheiro.

Getúlio Brito
Enviado por Getúlio Brito em 19/08/2018
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