TRANCADOS NA GAVETA
Há quem diga que são apenas versos sem rimas
Presos a muito tempo dentro de uma gaveta escura
Que pai ou mãe desnaturada deixaria um filho desprezado
Quanto medo sofreram esses versos separados da caneta.
Ó poeta ou poetisa loucos porque abandonam suas crias
Nessa gaveta fria quem poderia os socorrer
Tinta seca no papel em forma de letras
Sem quem os cuide o único destino é morrer.
Trate bem dos seus filhos e os tornem suntuosos e alegres
Toda plante no vaso morre cedo se não há quem regue
Sucumbe e morrem no lago triste e soturno.
Então regue com amor e um pouco de simplicidade
Mostre a eles o quanto ama de verdade
Porque dádivas não podem ficar em gaveta esquecidos.
Joel Marinho