UM POETA PERDIDO NO TEMPO
Era locura,
uma certa fissura;
perdido no tempo,
Era solidão,
ou um outro sentimento...
Ele era incognita,
um abrir e fechar de porta,
era vida, um tanto torta.
Ele era desatino,
um desengano,
um tanto latino
entre muitos fulanos,
perdido no destino,
um projeto fora dos planos...
Ele andava errante,
perdido em seu porfiar,
recatado, mas nada elegante,
um louco a idealizar...
Retrogado amante,
cliché em seu amar...
Era um pouco de tudo,
era um tudo de nada...
barulhento,
outras vezes mudo,
perdido na mesma estrada.
O idealizar era o seu escudo,
nas tantas guerras cravadas,
Ele era um cinza escuro,
no colorido de sua alma
apaixonada...
Nele havia desertos,
um emaranhado de sentimentos,
se julgava esperto,
mas era apenas um poeta,
perdido no tempo...
(Hámilson Carf)