ANTE A PORTA

ANTE A PORTA

O poema

mostrou-se para mim

ante a porta lateral da casa,

no instante em que

nem pensava em o escrever.

Mostrou-se como sempre

bem sorridente,

ante a minha reaçao

inesperada,

como quem sente o frio

do inverno sem agasalho,

ou o calor do verao

na caatinga com sede.

Do poema que brota

ante o meu olhar

para a porta aberta,

vejo letras, palavras, versos

lançando-se aos borbotoes

pela corrente de vento

que adentra no recinto

domestico com suavidade

poetica, trazendo-me

o poema ainda sem forma.

E e sempre assim:

pela inspiraçao subita

o poema me pega de surpresa.

Mas para o escrever,

nao importa que os vocabulos

venham tiritando de frio,

ou que os versos calorentos

sonhem com o oasis desertico.

Conquanto o poema sabe,

que em cada instante repentino

que ele se mostra para mim

(como agora ante a porta aberta),

como um artesao,

que lapida o mineral bruto,

cumpro fielmente o meu oficio

de artifice do diamante poetico.

Escritor Adilson Fontoura

Adendo: alguns acentos nao estao

postos, porque duas teclas

estao defeituosas.

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 19/06/2018
Reeditado em 20/06/2018
Código do texto: T6368625
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