PEQUENO CAUSO DE VENTOS
Está o domingo sem vento,
há no mais a mormaceira...
Me dizem as coronilhas...
Me afirmam as corticeiras.
Corro os olhos no potreiro.
Está o açude: parado...
Sem uma nesga de nuvem,
nele, está o céu espelhado.
Também a terra da estrada
está quieta nalgum rastro...
Mal e mal se volta poeira,
sentindo o golpe do casco.
Tudo está... menos os ventos!
Dobradores das macegas...
Tropeiros de chuvas boas...
Varadores destas léguas.
Norte, pampeiro e minuano,
nenhum deles venta agora...
A frincha mesmo, não chora,
e a vara verde não verga.
Está também, mais sentido,
um silêncio de ar parado,
que cochicha – enciumado,
sempre contrário aos ventos:
- Deve de andar, o pampeiro,
perdido em boca de grota...
Sina que tem e que gosta,
des’que ventou por primeiro...
- Já o quietarrão minuano,
tem costumeira paciência...
Venta calmo e vem pousando
“três dia” em cada querência.
- E, quem sabe, o vento norte
deixou de ser revoltoso
e amasiou-se à massaroca
das crina de algum sem toso!