COMO SE FORAM DE CHUVA?
Chuva de ontonte - muy pouca...
...mal e mal sentou a poeira.
Nem marcou no medidor...
Choveu com sol - tarde inteira...
Cerraçãozinha - bem fina
e um horror a mormaceira.
A chuva de ontem, sim!
Essa sim fez anarquia.
Já amanheceu tempo escuro
pros lados da Três Marias,
depois o vento firmou
sentenciando que chovia...
...E a chuva de quase um mês,
choveu em menos de um dia.
Diz que pra o lado da vila
o vento era muito forte,
e vão levar uns três dias
pra colocar tudo em “orde”.
Uns “ocalito” caído...
dois, três rancho destelhado...
E o galpão do negro Jorge
amanheceu meio ladeado.
Mas é do tempo, é da lida,
faz parte do nosso mundo!
Veja o senhor que, estes dias,
me contava um viramundo:
Que ali pelo Cacequi
- Passo do Umbu, Timbaúva –,
a cada oito ou dez dias
chega uma manga de chuva.
Enquanto no Campo Seco,
nos pagos de Dom Pedrito,
há mais de mês não chovia!
- Deus queira, tenha chovido!
Posso, ao final, garantir
Que fomos bem... muito bem!
A chuva sempre convém
Embora co’algum estrago.
A dor do pasto queimado
É muita mais dolorida
Mas é do tempo, é do mundo
Faz parte da nossa lida!