POEMA DA ESPERA

Esquecido e calmo, ignorado, nem lembrado,

Por tantos outros também,

Se bem nem esperar lembro

Viver meus restantes dias

deles não mais querer deveras.

Aos pela sorte bafejados,

Tardios em outros sentimentos,

Aos que em oscilantes desejos

Diminutas suas vidas são

De facilidade em facilidade,

vida fácil em fantasioso proceder

Noite virá em escuro breu

Quem somente sob o Sol viveu

Sem nada lembrar do outro lado

À feição da cigarra encantada

Ao que despojado de espera

Contentar-se-á com pouco que lhe couber

Carlos Lira..