Escrevi esse no ônibus

O cotidiano alimenta o homem por dentro

Faz ele fingir estar bem a tempo

Pra não escandalizar sua dor

Essa dor é vício inexplicável

Um masorquismo não assumido

Essa dor explode uma fúria

Suprime o sorriso

Suprime o pacifismo

Já falei aqui sobre o medo?

Ainda não

Mas aposto que esses pseudo psicopatas tenham sentido

Na calçada os mendigos estão acomodados

Dormindo pesado

Tão pesado que o cotidiano não mais os abala

Não há entreternimento são nas ruas

Qualquer coisa fora do comum

É apenas mais um

Mais um louco

Mais um perdido

Vivemos comparando nossas vidas

Utilizando desse preconceito pré-concebido

Vivemos olhando pelos cantos dos olhos

Porque o foco assusta os fracassados

Que em sua maioria

Se entendem como perfeitos injustiçados

E assim quem define o fim

É o cara que é ousado o suficiente

Por nao ansiar por um legado

Nem repetir suas frases

E ainda sim ser lembrado

Por ter sido

Menos que eles

E nesse contraste

Ser admirado por não se entregrar aos filtros impostos pelos mais bem focados

Enquanto na esquina eu compro um tabaco

Pra depois adormecer exalando

Um odor forte

Mas que ninguém irá perceber

Pois essa noite dormirei só

Mas muito bem sem você.

- Gonçalves

Gonçalveski
Enviado por Gonçalveski em 02/06/2018
Reeditado em 02/06/2018
Código do texto: T6353785
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