Semáforos
Passadas compassadas
Pelas calçadas estreitas
Espreitas com o canto dos olhos
Óleo sobre tela de poças
e vapores baratos de bueiros
E as modas, roupas, sapatos
De salto em salto desvias
Dos buracos em obras das vias
Não vias nos rostos da multidão
Correnteza de sonhos em vão
Entre o trem e a plataforma
Gotas de suor e embalagens
Plásticas que não escondem
A idade do asfalto, piche
Num muro como miragens
E as maquiagens cansadas
De tanto se maquiar
Para a rotina de irem
Sempre ao mesmo lugar.