Sonhos de poeta
Ele me olha e sorri
Sobre tudo, não quer saber
Mas seus olhos descrevem poesias
Do humano que deseja ser
Menino cheio de sonhos
Querendo salvar o mundo
Faz-se alheio ao cotidiano
Porque navega mais ao fundo
Eu que já naveguei estes mares
Lanço a rede e deixo afundar
Pesco palavras e formo formas
Desse jeito singular que ele tem de amar
Não o alertarei sobre as tempestades
Tampouco o ensinarei a remar
A vida é tão breve e incerta
Quiça ele me ensinará a nadar
Para meu filho amado Nícolas, poeta dos dias, por vezes sem cor.