POLÍTICA DA MORTE
Queria ser uma flor
Uma gotinha de amor
Saindo da boca da metralhadora
Que dos jovens os miolos estoura
Quero ser o tempo
De se chegar no futuro
Na praça ao relento
Rajadas iluminando o escuro
Gritos e sussurros
Corpos estilhaçados
Fumaça cobrindo o tempo
O que era alegria
Em minutos vira desgraça
Sorriso em agonia
Uma dor que nunca passa
Caixões engarrafados
Na porta do necrotério
País desesperados
Não sabendo qual foi o critério
Daquela sinistra sorte
Dessa política da morte.