POLÍTICA DA MORTE

Queria ser uma flor

Uma gotinha de amor

Saindo da boca da metralhadora

Que dos jovens os miolos estoura

Quero ser o tempo

De se chegar no futuro

Na praça ao relento

Rajadas iluminando o escuro

Gritos e sussurros

Corpos estilhaçados

Fumaça cobrindo o tempo

O que era alegria

Em minutos vira desgraça

Sorriso em agonia

Uma dor que nunca passa

Caixões engarrafados

Na porta do necrotério

País desesperados

Não sabendo qual foi o critério

Daquela sinistra sorte

Dessa política da morte.

Fred Coelho
Enviado por Fred Coelho em 10/03/2018
Código do texto: T6276347
Classificação de conteúdo: seguro