Felicidade vai e vem

Haja urgência!

Estava finda

A adolescência

Queria-se bem,

Ah,

Felicidade vai e vem.

O que queres, meu olhar?

O que, em silêncio,

Sonhas cantar?

O que queres, eu?

Sigo em frente à imensidão do tempo

Tortuosa, a estrada

Tortuoso, o vento

E a certeza de que vivi, ali

Que me vi

E, súbito

Me perdi

Ainda cansada,

Fito a jornada

Ah, a vida passara

E eu vencera

O olhar cansado

o semblante perdido

Fugido

Morto em algum dos espelhos

Que, em vão, levei comigo

De mãos vazias

O desvão era o que restara

Junto à insônia,

Algumas cartas

Palavras.

Mas de que adiantam, palavras?

Frágeis representações que fulguram o céu

Sincero véu

Fugido, ao infinito

Era nobre,

Findo.

Na prateleira em questão,

Num canto qualquer

Do meu coração

Restava a resposta

Única e sólida

Um sopro de vida,

O encontro marcado

A insustentável leveza

E qualquer palavra que trouxesse

Vida.

Ida.

Perdia-se,lentamente

A vida.

Que ia

E sumia

Metaforseada nos olhos da menina

Que crescia

E lia,

Mas, ora essa,

de nada sabia!

Fernanda Marinho Antunes
Enviado por Fernanda Marinho Antunes em 06/02/2018
Reeditado em 06/02/2018
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