A PROPÓSITO DE "POLUIÇÃO"

Há poluição na terra, há poluição no mar,

Que estranhos os mistérios qu´ encerram

Todos os horizontes a considerar?

Há poluição nas vidas, há poluição nas mentes

E que sub-reptícias farsas estão fluindo

Em todos os espaços d´ inócuos ambientes.

Poluição nas palavras, poluição nos gestos,

Que propósitos estéreis engendram

Todas as personagens em seus manifestos?

Se há poluição nos lares e poluição nas almas

Que ignóbeis gestos estão ficcionando,

Em truculentos sons, aquelas tardes calmas?

Há poluição nas ruas, avenidas e praças,

Que fóruns banais estão animando

Todas as máscaras exibidas nas desgraças?

Ao som da fanfarra que convém

É com proventos alheios que vão dançando

Para mostrar eufóricas as tramas que tecem.

Se há terra, se há mar, mistérios e horizontes

Que são estranhos nas horas mortas,

Como é que há-de correr límpida a água das fontes?

Como é que a paz, chegará livre ou d´ improviso,

Aos corpos que cantam dentro de portas

Na ternurenta partitura de um sorriso?

A "poluição" a haver, neste mundo enfadonho,

Será apenas, e só, a revestida de Sonho!

Frassino Machado

In RODA-VIVA POESIA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 14/01/2018
Reeditado em 14/01/2018
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