Legendado

O tronco não mais conta

e o sono, aqui, vende.

O tempo dobrado falta

por onde o mal arrepende;

O mal-só, em minha cabeça.

Pela tela em minha frente

vejo um péssimo quarto;

vejo um mar roxo, alto;

vejo tudo o que deixam;

vejo a cultura presente.

Vendem-me um fardo

por onde, cá, mal passo.;

O mal-só, não me deixa.

O olho está dormente,

mas, a tela, não consigo...

não consigo parar de vê-la.

O mal-só, presente.

Por ela tudo se aprende.

Por ela, é tudo possível.

Por ela, até eu existo.

O mal-só repete o hino.

Por ela, descobri o tronco

que agora, não mais conta.

Para ela, por aqui, o sono

vendo. Para ela, tudo vende.

Por ela, me torno ausente.

A tela, a mim reflete.

Sem ela, não sei o que resta.

(O mal-só, em festa funesta)