NAVE DOS VERSOS
Minha alma é triste
Minha poesia alegre
Esqueço o que existe
E navego na imaginação
Indo na contramão
Das lembranças que me persegue
Sou poeta pensador
Posso inventar a vida
Distantes da realidade atrevida
Falando de amor
Que longe daqui passou
Posso falar das estrelas
Posso falar do mar
Das flores sem tê-las
Do aqui, do acolá
Do muito, e do que sobrou
Da esperança
Do velho e da criança
Da montanha e do vale
Do falador, do que se cale
Da vida e da morte
Do azar e da sorte
Posso falar de tudo isso
Que habita a terra
Que vivo, que piso
Que nasce, que se encerra
Sou livre, me transporto no universo
Na nave comandada por versos.
NAVE DOS VERSOS
Fred Coelho/dez 2017