Meia hora a espera
Cansado, corpo arrasado, dores nos pés, bolsos vazios, num terminal a esperar, a vociferar, a meia hora que não quer passar.
Lotação de domingo. Passeios não estou indo sempre estou a trabalhar.
Na Fé do Santa Fé, hoje não vou em pé. Sou mais um na espera de um domingo sem relaxar. Festa de natal, contas sem igual. Eu vou ter que ralar, batalhar, se balança, barulho que não quer passar.
Marcha do motorista que autruista, que egoísta somos nós sem parar.
Um dia vou conseguir e esse ritmo não vai existir e no domingo vou ficar a relaxar, descansar, repensar amar, bebericar, se esfregar, sacanear, um pouco de amor a se dar.
Poucas pessoas, só os resistentes, os sem mente, que não querem parar. Mulheres, crianças, amigos sorrrindo crianças a gritar. Assim não dá eu não vou mais me humilhar, só vou cantarolar, minhas contas pagar e apagar a probreza da vida, a riqueza da rixa.
Olhar para o alto pedir para o salto de um Deus a mandar. Primeiro respeito, um breve direito. Meu Deus a me guiar.