Greve
Desandamos
Quase não há
Figos podres para colher
A violência agora
Se veste em todas as ruas
A desilusão assola
Os olhos estão duros
Nos pescoços há furos
E o fel está sendo cuidadosamente plantado em todas as palavras
O ódio deixou marcas nas línguas, amizades e cores
Estamos desertos
Indeterminados
Em greve na outra margem
Se não construirmos os nossos
Dependeremos sempre dos mesmos navios
Para que serve agora esse tão incensado quanto adulterado
Sistema representativo e seu carnaval de bandeiras
Na idade média em que estacionou o Brasil?