GOL DE PLACA

Sei que não tem nada a ver,

Mas continuam a fazer gol;

Gol, gol, gol, a torto e a direito.

Bolas que batem no nosso peito

E entram no gol do nosso ser.

Alguém deve estar anestesiado,

Doido varrido ou embriagado,

Porque não se vê gol de outro jeito;

Gol sem placa, gol mal batido por falta.

Só gol de bola parada, sem respeito.

Onde estão os senhores da bola toda?

Tudo é gol, sem gol de espécie alguma.

Onde fica o país dessa bola quadrada?

Das bolas murchas de gente nenhuma?

Para onde vai esse jogo sem ser jogado?

Parem de fazer gol nas vossas balizas!

Olhem bem em volta dos estádios!

Façam gol nas vossas riquezas alienadas!

Criem jogos sem guerra e corrupção!

Façam o gol da sabedoria e do respeito!

Usem a vossa voz para criar laços!

Laços de humanidade e solidariedade.

Quero voltar a jogar um bom futebol...

Por enquanto, só escuto os gritos de gol;

Gol, gol, gol, das mentes apaziguadas.

Quero tanto gritar gol com vocês!

Um gol de muitas vidas que imploram...

Um gol decisivo, magnífico e sem igual;

Um gol para todo o sempre...

Gol de placa, com sabor a vitória!

Mongiardim Saraiva
Enviado por Mongiardim Saraiva em 14/11/2017
Reeditado em 18/11/2017
Código do texto: T6171203
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