Perdi você
Eu canto com a musa a perda
de tão importante partner,
que tento aqui dizer-vos,
se a tanto me ajudar o engenho e a arte.
Você sabe que eu sem você
somente em sonho consigo
sentir serenas sensações
de saber o que estou seguindo.
Quando quero conhecer qualquer coisa,
quero você aqui comigo.
Acomodada, bem colocada,
com calma, com carinho.
Tento tocar-lhe em tom tranquilo,
Tento tratar-lhe com ternura,
Mas tanto tropeço, tombo-lhe.
Tacanha, tapada, trouxa!
Mea culpa.
Minha maneira de lhe manejar
meus meios de lhe manter
Muito lhe mexem: mil meneios,
maus modos, maneadas mãos.
Vixe! Vertigem!
Vejo seu voo involuntário,
voltejando ao vento.
Vai voando… Volta!
Não lhe noto, não entendo.
Não atento nada, não nego.
Mas não navego numa nuvem.
Nenhum néscio me nivela.
Digo-lhe que dói tudo desver,
deixar de divisar, de descobrir.
Ao deter-se de me dar os doces deleites da vida,
deixa-me a angústia duplamente dolorosa.
Busco-lhe, embora não baste.
Na borda, na beirada, bato.
Belamente baixo e bisbilhoto.
Bem ali, sem barulho, a bonita!
Viva! Vibro! Vitória!
Volto a ver você,
vejo à vontade,
você vale o visual.
Achei você, que achado!
Encharcando-se, chegou ao chão.
Chega, que chato.
Chega de show.
Chega de charme.
Pego você, ponho pra cá.
Passo-lhe um pito: porte-se!
Pronto. Apropriada, perfeita,
Permanece pra sempre. Preciso!
Logo lembro da loucura que é
Localizar algo ao longe
Logo que você se alopra
e se aleja de meus olhos,
Minha louca lente de contato! :-)