Questionando valores

Massificada a mediocridade,

Suplantada a razão,

Ignorada a sensibilidade,

Peço licença para pensar.

Todos correndo na cidade,

Para não perder a condução,

Apostando na continuidade,

Da insensatez que não pode parar,

Não pode parar, não pode parar, não pode parar...

Superavaliado o menos,

De que vale o mais ?

Preciosos o ouro e as armas,

Ainda somos medievais.

Sociedade infectada,

Pelo vírus da banalidade,

Só se alastra o que é fugaz,

Só interessa a exploração.

Vem agora, então,

Vem me dizer que estou errado,

Vem me mostrar as bases da nação:

Família, casa, carro e amor,

tudo isso à prestação,

Trabalhar até morrer,

Deixar um terreninho por legado.

De que vale o pensamento,

de que serve a poesia,

Se o que vale é o dinheiro,

se o que conta é a posição?

Ah, não me importam as tendências,

Não me dobro à tirania,

não cedo a qualquer paixão,

Deixarei a minha herança

Muito além do vil metal,

muito além do meu caixão.