A ENCLUSILHADA
Durante a noite passei por uma encruzilhada.
Vi nela um prato cheio de comida.
Alguém fez um feitiço. Pensei.
Por qual motivo não sei.
Havia ao lado do prato um garrafa de pinga.
Esse é um feitiço de pai de santo.
No prato havia comida com farofa.
Naquela hora passou por ali um mendigo.
Ele pegou o prato e a garrafa de pinga.
Comeu tudo depressa e guardou a garrafa.
Estava desfeito o encanto do feitiço.
Quem preparou o prato teria odiado.
Havia sem saber matado a fome de um mendigo.
Lá se foi o objetivo do despacho.
Enfeitiçar alguém com encanto.
Percebi que em qualquer encruzilhada
Qualquer feitiço pode matar a fome.
O mendigo satisfeito foi embora.
O dono daquele feitiço encomendado
Não soube que a macumba foi desfeita.
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BELO HORIZONTE, 15 DE SETEMBRO DE 2017. MINAS GERAIS
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