DE NOVO?

O que restou desse caminho?

Entulhos de vidas

Espinhos

Grandes feridas!

O que restou da minha alma

Se essa dor não me acalma

Nem me deixa viver,

O que restou de você?

O apêndice do meu ser

O que então fazer?

Resistir contra a maré

Engrenar uma ré?

Fugir, desaparecer

Ou somente parar

De pensar

De existir

Serei Deus?

Não, não sou

Sou um homem

Vagando entre sombras

Sombras da escuridão

Refletida no paredão

Do carrasco de uma bala só

Engasgado nesse nó

Que não me deixa respirar

Nem um centímetro andar

Nem pra frente, nem para trás

Ai penso, aliais

Ando só

Nasci só, dele vim

Volto para o pó

Quando será?

Pode esperar

Não sei

E você?

Pode me dizer

Quando vai ser

O seu padecer?

Não, não pode

Então a poeira sacode

Levanta tua bunda

Que o sol ta bem ai

No norte te esperando

A chuva ta chegando

As xerofitas ressuscitando

O canto da sabiá

Anunciando

Que o dia vai chegar

O novo dia

De alegria

De bem estar

Sair pela madrugada

Em serenatas à cantar

Falando do novo amor

Que acabou de chegar

Fazendo tudo de novo

Uma vida de lascar.

Fred Coelho
Enviado por Fred Coelho em 14/09/2017
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