Evolui dai e voa! Voa daí e evolui! Voa, evolui daí

A vida moldou-me na pancada,

tornei-me plástico, maleável, flexível!

- Não manipulável. Adaptei-me e evolui,

na medida em que a vida me sovava feito pão.

Depois de um tempo nesse estado, parecia falar outra língua.

Algumas coisas pareciam tão distantes

para os que não podiam ver o mundo de onde o via,

tudo parecia distante daquele mundo ínfimo que fui um dia

tudo era tão iminente, que parecia uma catarse

uma inevitável catarse, mais dia ou menos dia.

Nadava na lama e era tão feliz, que podia enxergar além dali

além daquele pequeno mundo, fechado e sem mobilidade

àquela altura, já era alguém além dali, livre de ser igual a todos

nem melhor nem pior, mas podia ver antes de todos

muito além da superficialidade que corrompia o intelecto de todos ali.

Em meio a toda aquela lama,

a voz na consciência que gritava todos os dias:

- Evolui dai e voa!

Voa daí e evolui.

Voa, evolui daí.

Aprendi a ser tolerante, sendo tolerante

e a respeitar, respeitando

não haviam outras opções na ocasião,

desde muito cedo,

ou era assim ou era assim.

E se hoje sou capaz de enxergar

a alma das pessoas

e ver nelas o que nelas há de melhor,

mesmo que isso não pareça tão evidente num primeiro olhar

é porque a vida evoluiu-me a ponto de tal.

Depois de estar tanto tempo fechado em si mesmo,

não é tão difícil sair, na verdade é um grande prazer sair

e encontrar o mundo escancarado,

ofertando tantas possibilidades de ser o que se quiser ser.

E apesar de ser bom estar dentro, é ainda muito melhor do lado de fora.

Evolui dai e voa! Voa daí e evolui! Voa, evolui daí.

#JWPapa #BahrBuddin #Periferia #CopacabanaBH