NA TARDE VAZIA
 
Palavras perdidas
Em pleno universo denso
Pedras caídas sobre cabeças
Abrimos algo de sincero
Em sorrisos escantilhados
 
Palavras impedidas
De ecoarem pelas praças
Argumentos fúteis e frios
Embrulhados em
Jornais de ontem
Salpicam verdades
Pela tarde vazia
 
Partidas de futebol
Ao vivo e a cores
Distantes do amor
Eu não sei dizer
Se acaso é paixão
 
Mas a verdade
Pode estar no cão sarnento
Pode estar
Na poeira bailando no redemoinho
E será apenas verdade
Cortando o ar seco
Cortando os pulsos dos dias vindouros
Cortando a folha de papel
Onde o poema resiste
A covardia do poeta
Ébrio em suas próprias verdades
Na tarde tão vazia e cinza

 

 
Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 30/06/2017
Código do texto: T6042211
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