FOCO
Hoje o dia acordou morto.
A cidade, silenciosa e vazia.
O semáforo... coitado..!
À toa, fechava e abria...!
Sem ter ninguém para atravessar.
Diferente do corre-corre de ontem.
A praça movimentada, um suplício.
O jornaleiro gritando, dava notícias.
Picolé, pipoca tudo vendido no grito.
Hoje, a vida agitada foi passear.
Saiu do centro e parou na orla.
Na praia, o ouvido não estranha,
Escuta o burburinho do tagarelar.
Gritos de adultos, crianças nervosas,
Fugindo das ondas, brincam alegres.
Um “agito só” ao som alto misturado.
Cheiro de comida saindo das barracas.
- “Churrasco...!” - “Isso é linguiça...!”
A praia morta da noite ganhou vida...
Diferente do marasmo de ontem,
Em que as ondas quebravam sozinhas,
Subiam na areia, cansadas, sonolentas,
Sem aparecer ninguém para se molhar...
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