Assim.

Todo dia

Caminhamos

a mesma calçada

Toda manhã

A mesma risada

O mesmo banho

O mesmo espelho

O mesmo ar

Que respiramos

em todas as tardes

Em tantos finais de tarde

Todos os pores do Sol são iguais

Além do mais

As mesmas dores sentimos

Intuímos os mesmos sonhos

Vivendo assim

Todos os dias as mesmas vidas

As mesmas mesmices

Que nos disseram

Afinal

Não serem tantas

Mas a cada fim de noite

Não podemos

Ser os mesmos

Enfim

Amanhã de manhã

Nada muda o caminho

E novamente

Você pela sua

E eu pela minha

Caminhamos

as mesmas calçadas

Apesar de tudo

Nada muda tanto assim

Edson Ricardo Paiva.