O que há afinal?
Havia eu, havia você,
Havia uma mistura de nós,
Havia um mundo globalizado,
Havia um universo em expansão.
Havia uma igreja na esquina a badalar seus sinos,
Havia lá uma promessa de salvação.
Havia nos homens uma alegria evidente,
Havia nas mulheres uma alegria evidente.
Havia em nós um sonho distante.
Havia nas crianças a alegria ingênua.
Havia na Internet a promessa de evolução.
Havia o mistério de nossas origens.
Havia o silêncio para nossas angústias.
Mas entenda, talvez no fundo o que menos houvesse de fato fosse a significação do mundo.
Havia pobreza e miséria.
Havia uma promessa nunca cumprida.
Havia o mesmo do século passado.
Havia o escárnio.
Havia a corrupção.
Havia o ódio.
Havia assassinatos.
Havia tudo.
Havia nada.
E eu sou apenas um observador, tudo vejo, nada compreendo.
Há em mim o amor por uma mulher.
Há em mim a esperança de um novo amanhã.
Há em mim a alegria para cada dia.
Há em mim a certeza de haver mais que eu.