Escravo do relógio
Escravo do relógio
Eu preciso dormir !
algumas poucas horas
o relógio não espera
já preciso acordar
banho, comer, correr
ele não pode me esperar
me atormenta em silêncio
tic ! tac ! pra assustar
sempre estás atrasado
por mais que corra
nem consigo chegar
hora certa és um tormento
trânsito, condução
entre outros contratempos
sempre vou me atrasar
era assim pra escola !
pro médico !
pro trabalho !
até mesmo pra casar !
sempre perco à hora
o relógio não vai esperar
deito durmo e acordo
numa pressa ingrata pra sempre
de novo eu me atrasar
vida engraçada nesse frenesi
lutando pra chegar
uma vez na hora certa
quem sabe pra amar !
libertar-me da escravidão
de todos os dias iguais
de seguir sempre num vagão
de cá pra lá correndo
seguindo sempre atrasado
Escravo do relógio
nessa vida de ilusão.
Ricardo do Lago Matos