No meio da chuva tinha uma peça de teatro
No meio da chuva, da manhã e da rua
boiando nas pistas entre a nossa eterna falta de tudo
e as cartas do baralho da vida
eu tento não me afogar
A rotina anda sobre as águas
Os carro, roupa sociais, uniformes, pastas, bolsas, mochilas, celulares e chaves
já vão sozinhos
ninguém precisa se preocupar
Só a loucura está em greve
E eu não sabia
Ela invade o radio
manda todos pararem de se dopar
diz para não acreditar na verdade que é vendida,
comercializada, fechada e completa em si
Diz que precisamos reaprender a rir no ângulo certo
para ver além
do nosso teatro do existir
E me deixa no estacionamento do trabalho
dizendo que essa minha mão que dá partida no motor
desliga ou liga todo dia minhas ações, sonhos, amor e dor.