Muito além
Tem dias que parece, acordamos para chorar.
Não, não estou triste,
é que a sensibilidade está a flor da pele,
sinto, não sei o que de bom,
será paz?
Será transbordamento de luz íntima?
Aflorada como rochas duras?
Resistentes as erosões?
Desproporcional ao cotidiano de pressões?
Sei lá!
Perguntas podem estragar coisas que a racionalidade não explica.
A quietude,
o som de um silêncio só meu,
minha intimidade livre,
eu só comigo,
e bem.
Gosto do que penso,
Me ouço e é música boa.
Ao redor nada é desconexo,
há pobreza e até miséria,
mas não é tudo,
há uma vida nova para cada segundo.
Tentaram muito explicar o que não é possível,
uma ciência desiludida e orgulhosa,
materialista,
que se vê além de si,
por se achar tudo,
impotente para o que só eu sei,
muito além do conhecimento,
seja filosófico,
seja científico.
Me chamo sentimento,
simples,
acordei para chorar,
E só!