Após noites em claro
Nesses dias de calor
O ato de despir-se acaba por natural
Ainda que presa entre as paredes
Sob um emaranhado de sensações
A semana tornara cansativa
E assim o corpo nu respira
A impressão carregada logo suaviza
Pelos cantos da cidade
São turbilhões de almas
Esquecidas de seu fim animal
Só querem desfrutar da carne
Do dinheiro
E dissabores das relações gastas
Entre trabalho e consumo
Mal 'apiedando' pelas injustiças sociais
Como se nosso próprio coração
Já não sofresse com tanto caos
Passo também a ser vítima,
Assim como qualquer um torna-se
E é somente em repouso
Que a mente mais trabalha
Que a saudade ressalva
Que o amor transborda
E que as coisas da vidas assim como o meu estado
Nuas e cruas surgem em verdades,
Que as janelas de meus olhos repousem
Para que em sonho
Seja menos conflitante
Do que as horas em claro passadas...
Driiyh Santos