A METRÓPOLE.
Corre em meu peito as lembranças,
como um leito de um rio,
A história de um vazio
Que comigo sucedeu,
A travessia sofrida
Um início socorrido,
Antagônico e furtivo,
Pela cidade encantada,
De fada, não tinha nada!
Cidade grande e vazia,
De pessoas indiferentes,
Consumindo alma da gente,
Correndo em devaneios
Construindo seus esteios,
Com o nome de moradia
Outros ao relendo dormia,
Pela sorte abandonados
Animais sempre jogados,
Crianças cheirando cola
Outros, pedindo esmolas,
Ladrões batendo carteiras,
Homens em bebedeiras,
Favelas por toda parte,
Cadê a cidade encantada?
Onde só vi sofrimento,
Todo canto um lamento,
Toda alma atordoada
De encanto não vi nada!
Norma Moura