POEMA ESCRITO EM BRANCO
Quantos não sabem que no coração há uma janela
que se abre quando desperta a vontade de ser feliz,
por onde entram cousas que nos rodeiam e dão
sinais que só percebemos, como olor no nariz,
que estamos juntos à mesa na mesma refeição...
Quando se descobre o quão especial é o ser que caminha
por sobre a grama verde e rente cresce a erva daninha,
descobre-se o portão por onde entra a noturna lua
e por onde sai o sol sai a colorir a esmagada rua...
Quando não há mais nenhum dia no calendário para se viver
e temos que fazer o nosso próprio e merecido tempo,
numa encruzilhada de sentimentos teremos que saber escolher
qual a direção exata em que vai o caótico vento...
Recuperados do torpor passageiro, da força motriz
sentimos a energia que separa o joio do trigo,
como se num poema escrito em branca louça, a giz,
disséssemos que buscamos, não a fuga,
mas o ideal abrigo...