Soneto das águas de Janeiro.
De tanta água a cair
De tanto choro a derramar
Já não é mais que hora
Dessa chuva rara e cara parar
Já não basta a política
A falta de amor
Se a natureza banhar
Lágrimas de terror
Já não há terra de tanto fluir
Esponjas famintas a diluir
Sonhos molhados se esvaem si
De caneca em caneca esvaziar a nau
Trabalho lento de pouco alento
Homem colhe o fluido de seu próprio mal